O presente artigo pretende investigar a resposta da produção imobiliária à nova regulação urbanística de São Paulo, tendo como foco os novos empreendimentos produzidos na Av. Rebouças. O Plano Diretor Estratégico de 2014 teve como princípio, entre outros, orientar o adensamento e a verticalização da cidade em áreas dotadas de boa infraestrutura, notadamente ao longo de eixos de mobilidade urbana de alta capacidade e em pólos de indução de desenvolvimento. Adicionalmente, buscou-se incentivar a produção de empreendimentos de uso misto através de uma série de dispositivos presentes no PDE e na Lei de Zoneamento de 2016, que não computam, para fins de contrapartida financeira, as áreas destinadas à Fachada Ativa e uso não residencial em projetos residenciais. Paralelamente, a Av. Rebouças teve seu zoneamento revisto pelo novo regramento e estabeleceu-se, nesse contexto, como um dos principais vetores de verticalização da cidade. Nessa importante via de ligação entre centralidades econômicas, vem sendo produzidos uma série de empreendimentos imobiliários que materializam no território urbano os princípios do PDE e os incentivos previstos nas leis. Para isso, os agentes envolvidos na produção imobiliária – em especial incorporadores e arquitetos – desenvolveram novos produtos imobiliários e encontraram novas fórmulas para maximizar a geração de valor de seus projetos, levando em conta as novas regras como o incentivo à fachada ativa e ao uso misto. Esses projetos carregam consigo implicações práticas do novo ordenamento urbanístico, como a uma concentração de projetos similares em uma única via, o engessamento da categoria de uso de cada área do empreendimento, a elasticidade do conceito de “uso misto” e a mesclagem de tamanhos de unidades no mesmo prédio, entre outros. Essas e outros e impactos serão discutidos no artigo, que direciona sua parte final para apontamentos e possíveis ajustes com a revisão do PDE em curso no ano de 2021.


The article aims to investigate the real estate industry interpretation to the new urban regulation of São Paulo, focusing on projects being produced along Rebouças Avenue. A particular purpose of city’s trategic Master Plan (PDE) of 2014 was to guide urban densification and verticalization in developed infrastructure zones, specially along high capacity urban mobility axis and economic centres. Furthermore, the Plan have sought to encourage the production of mixed use projects, through some legal devices within the PDE and the 2016’s Zoning Code. These series of rules exempt the payment of financial compensation for retail areas located on the ground floor and non-residential built area on housing enterprises. At the same time, Rebouças’s zoning were changed, which converted the avenue in one of main verticalization axis in the city. Along that, a considerable amount of high level real estate projects have been produced and clearly imprint the principles and aims of PDE on the urban territory. For that, a variety of social players involved on city production – specially developers and architects – have developed new real estate products and new formulas to maximize the value generation of its projects, considering the incentives for mixed use. Those new buildings complexes area embedded with real implications of new urban code planning, such as the clustering of several similar projects in the same area, difficulties on use category change, flexibility on the “mixed use” concept and the unit’s sizes diversity within the same building. All these impacts and others implications will be discussed in this article, that will orient its final part some discussions and possible audits on the review of the city’s Master Plan in course nowadays.