O aumento do poder de compra da população tem promovido oportunidades no Brasil para que as grandes cadeias do setor de comércio varejista busquem expandir suas redes em mercados em diferentes regiões do país. Apesar do crescente grau de profissionalização, o planejamento de novos empreendimentos no setor varejista ainda tem sido, muitas vezes, baseado em dados históricos e limitados, na experiência prática adquirida pelos profissionais ou, apenas, na adoção de tendências sem fundamentos mercadológicos que dariam um melhor embasamento para inferir o potencial de vendas. Considerando que a capacidade de inserção de mercado é uma variável fundamental para a análise que suporta a decisão de dar início a um novo empreendimento – em particular de uma loja de hipermercado – a sua confiabilidade torna-se fundamental para a arbitragem do potencial de vendas, do qual se conclui o seu resultado econômico-financeiro potencial.

O presente artigo busca demonstrar uma rotina de planejamento para um hipermercado, com base em modelos desenvolvidos para o setor varejista, em particular para os shopping-centers. Serão apresentadas as principais características deste tipo de empreendimento e as diversas fases de seu desenvolvimento. A partir disso, será descrita a metodologia adotada para definir o potencial de vendas, fazendo, sempre que necessário, as devidas comparações com outros empreendimentos do setor.

A principal conclusão do artigo é de que um planejamento competente para implantação de um novo hipermercado pode mitigar os riscos de inserção mercadológica deste e contribuir para dar maior segurança e conforto à decisão de investimento. A rotina exposta ilustra um mecanismo que pode ser adotado na fase de planejamento.


An increase in the Brazilian purchasing power is directly responsible for high investments in the retail & service industries. No retail format exemplifies this more than the Hypermarket format, which expands according to a greater influx of capital & potential growth of the market. Since the retail growth strategy tends to depend on historical data, or on a simple market trend analysis to determine its organic growth plans, the potential stores are in great risk of not matching their plan projections.

This paper reports the origin of the hypermarket business, its main characteristics and its life cycle phases. It also describes the existing academic planning routine for shopping centers, and an analogy with hypermarkets was made, in order to adapt this routine for the conception of a new hypermarket store, resulting in the estimation of its selling power.

This paper intends to demonstrate the process of a new store planning routine, going through all phases of it, and showing how it can mitigate the risks of such a rigid type of business.