Observa-se, na última década, que corporações desmobilizaram seu capital aplicado em real estate e passaram a pagar pelo uso de seus espaços. Aliado à necessidade das empresas em direcionar recursos para sua atividade principal, a intensa evolução tecnológica inibe investidores a realizarem investimentos significativos em espaços próprios, especialmente naqueles com baixa flexibilidade e alta obsolescência. Neste sentido, a desmobilização de investimentos em ativos de real estate permite, por um lado, que a empresa possa direcionar capital para o seu negócio principal e por outro, que investidores que buscam as características oferecidas por investimentos em empreendimentos de base imobiliária, passem a investir nestes ativos.

Diante deste cenário, investidores institucionais passaram a adquirir estes empreendimentos com a expectativa de obtenção de um fluxo de renda harmônico a partir do recebimento das locações, num padrão de remuneração atrativo com relação ao investimento no imóvel. Além disso, fundos de pensão, por exemplo, passaram a constituir portfolios de investimentos em Edifícios de Escritórios para Locação (EEL) à medida que identificaram nesses ativos uma possibilidade de diversificar sua carteira de investimentos, tradicionalmente fundamentada em ativos de renda fixa.

O objetivo deste artigo é apresentar sucintamente os principais riscos envolvidos em portfolios de investimentos em EEL e a partir de um caso protótipo na cidade de São Paulo ilustrar a análise do seu desempenho, considerando os aspectos econômicos, bem como indicar a sua capacidade de absorver distensões nos cenários traçados, mantendo-se em patamares atrativos para os investidores.


It has been observed, in the last decade, that corporations have been selling their real estate assets and started paying rent for their spaces. Combined with companies’ need to direct resources to their main activity, the steep technologic evolution inhibits stakeholders from making significant investments in physical spaces, especially those with low flexibility and high obsolescence. Therefore, selling real estate assets, on one hand, allows that organizations direct capital to their main activity, on the other hand, it is an incentive for investors interested in real estate to allocate capital in these assets.

In this scenario, institutional investors started to acquire this sort of real estate expecting to obtain a harmonic flow of income from rent, and also to get an attractive remuneration with respect to the investment in the property. Furthermore, pension funds, for example, are constituting investment portfolios in Office Buildings for Rent (Edifícios de Escritórios para Locação – EEL) as they identify in these assets a chance to diversify their investment portfolio, traditionally based on fixed income assets. The purpose of this article is to concisely present the main risks involved in investment portfolios in EEL and from a prototype case in the city of São Paulo illustrate its performance analysis, considering the economic aspects, and indicate its ability to absorb strains in the scenarios outlined, remaining at attractive levels for investors.