Na construção civil do Brasil parecem existir dois mundos, com práticas, jargões e profissionais que guardam pouca relação entre si: o mercado imobiliário e as obras públicas.

Agentes de obras públicas estão usualmente envolvidos com uma série de balizas, ora legais, ora derivadas da atuação dos órgãos de controle; com procedimentos para o cumprimento de cada etapa do processo; e com questões como o julgamento, além de técnico e econômico, da conveniência política do empreendimento.

Agentes do mercado imobiliário representam a construção civil com maior proximidade do conceito tradicional de indústria. Preocupam-se com a melhoria continuada de seus produtos, por meio da estruturação de linhas de produção especializadas, nas quais o próximo empreendimento retrará os acertos de seu antecessor, e apresentará soluções para os erros. Preocupam-se com questões de mercado, como aceitação do produto e velocidade de vendas; e desenvolvem maneiras sofisticadas de financiar seus empreendimentos.

Esses dois mundos distintos possuem, todavia, uma interseção, representada pela operação do Setor Público como um importante agente do mercado imobiliário, demandando largamente áreas a serem ocupadas e serviços profissionais da cadeia da construção civil.

O gestor público que se vê diante da necessidade de novas áreas, muitas vezes não possui o conhecimento técnico do mercado de construção civil, tampouco o conhecimento das ferramentas à sua disposição para cumprir o intrincado encadeamento de procedimentos necessários em cada uma das diferentes modalidades de contratação.

De outro lado, gestores do mercado imobiliário necessitam conhecer a escala e as especificidades desse mercado, com o intuito de habilitarem-se para atuar prestando serviços ao Governo.

Será apresentada uma visão geral da Administração Pública Brasileira, com destaque às suas necessidades no mercado imobiliário. Em seguida serão apresentados os principais métodos de contratação disponíveis para a obtenção de instalações adequadas à Administração: construção, parcerias público-privadas, fundos imobiliários e aluguel.


Construction market in Brazil seems to be divided into two different worlds, with practices, jargon and professionals that bear little to none relationship with each other: real estate and public works.

Those engaged in public works are involved in a series of restraints, sometimes legal, sometimes due to the activities of regulatory agencies; a series of procedures at each step of the process; and issues such as the judgment of the political convenience of the project, beside the regular technical and economic discussions.

Real estate agents represent more closely the construction industry with strict sense industrial processes, dealing with the continued improvement of their products, through a production line in which the next venture will portray the successes of its predecessors, presenting solutions to identified mistakes. Worry about market issues, such as product acceptance and sales velocity; and develop sophisticated ways to finance their businesses.

These two distinct worlds have, however, a major intersection, represented by the involvement of the public sector as a major player in the real estate market, requiring large amount of area and a number of professional services of the civil construction chain.

Public Managers who confronts the need to provide more space often lacks the technical knowledge of the construction market, and are not aware of the tools at their disposal to fulfill the intricate procedures required in each of the different hiring modalities, such as direct construction or public private partnership. Private agents must know the scale and specificities of this market, to qualify for providing services to the Administration.

This work presents an overview of public administration, highlighting requirements in real estate. Then general views will be presented on each contracting method that can result in obtaining adequate facilities: construction, build to suit, public private partnership, real estate funds and rental.