A necessidade de promover um modelo de desenvolvimento urbano mais sustentável tem levado muitas cidades e regiões metropolitanas a buscar formas mais racionais de uso e ocupação do espaço urbano, como o Desenvolvimento Orientado pelo Transporte (ou TOD - Transit Oriented Development).

O objetivo deste modelo é criar redes de transporte público coletivo que interconectem as diversas centralidades no tecido urbano, existentes ou novas, promovendo sua integração, adensamento e desenvolvimento socioeconômico. Tal estratégia, por sua vez, deve estar baseada em um padrão viável de desenvolvimento urbano, no qual a mais-valia fundiária, provocada pela instalação das novas infraestruturas de transporte, seja capturada e revertida para o próprio estímulo deste desenvolvimento, de forma incluir todos aqueles que demandam empregos e moradias nas regiões de adensamento.

Para estudar estes efeitos, construiu-se um modelo de uso do solo compacto, contemplando cenários de desenvolvimento urbano para os próximos 16 anos de vigência do Plano Diretor Estratégico (PDE) da Cidade de São Paulo. Este modelo matemático de cenários, por sua vez, alimenta um modelo de viabilidade econômica, ferramenta utilizada para traduzir a estratégia territorial em parâmetros urbanísticos do PDE.

Durante todo o processo de concepção e aprovação do Plano Diretor, que durou cerca de 18 meses e envolveu intensos debates dentro do Executivo e Legislativo municipal, os modelos serviram de ferramenta para a simulação e avaliação de diversos subcenários até a determinação do cenário basedesejado, demonstrado neste artigo.