%0 Conference Paper %B IV Seminário Internacional da LARES %D 2004 %T CORREDORES OU BULEVARES? POTENCIAL DO DESENHO URBANO NA REQUALIFICAÇÃO DO ESPAÇO TERCIÁRIO NAS VIAS ARTERIAIS DEGRADADAS EM SANTO ANDRÉ %A Ismael Andrade Pescarini %X

O Objetivo deste artigo é discutir relações favoráveis e desfavoráveis de desenho urbano para o “programa” espacial que a sociedade determina para alguns de seus espaços mais significativos, no caso as grandes avenidas arteriais.

Através da legislação urbanística e das relações econômicas e ecológicas na cidade, a sociedade imputa papéis urbanísticos ou espaciais para as diversas partes de seu território. Assim imaginamos, projetamos e legislamos para que áreas residenciais tenham mais isolamento e sossego, para que as áreas comerciais possam desfrutar de acessibilidade e densidade de poder de compra, também do mesmo modo procuramos dotar de significância alguns espaços urbanos dos quais nos orgulhamos, tais como largos, praças, parques e grandes avenidas.

Esse espaços, tal como lhes atribuia Lynch ( 1985) no trabalho sobre a boa forma das cidades, possuem, ou pelo menos tentamos com que possuam, um sentido urbano, mais ou menos, algo relacionado com o que deles esperamos e com atributos de desempenho favoráveis.

O desenho das grandes avenidas contemporâneas tem sua origem no princípio do desenho urbano barroco que o concebeu como grande eixo articulador de espaços dotados de grande significância, ao mesmo tempo as grandes avenidas ou Bulevares seriam indutoras de fluxos entre polos de atração e também elas mesmas o palco do movimento, onde o voyerismo, o flanar e o desfile são atos inseridos no contexto de uma nova modernidade capitalista. As grandes avenidas, na forma de Bulevares, esplanadas ou corredores, são assim espaços de passagem mas ao mesmo tempo símbolos de modernidade, são abrigos do setor terciário e podem ser também destinadas ao uso residencial de camadas específias da população adeptas do agito da metrópole e que dispensem um maior isolamento interior do bairro.

Hoje porém, muitas metrópoles brasileiras encontram-se corroídas pela importância exacerbada que o trânsito superficial e, principalmente, o transporte superficial de massas, assumiu no controle da mobilidade urbana. Os urbanistas e legisladores espremidos pela necessidade de solucionar esse problema não tem apresentado soluções adequadas, embora se saiba que somente amplas redes de metro e uma redistribuição de atividades incomodas poderiam ser a resposta. O desenho de avenidas com corredores centrais de ônibus é um paliativo menos custoso e, ao nosso ver, mais adequado que deixar o ráfego de ônibus acumular-se junto aos passeios públicos. Esse acúmulo como causa do refreamento do sentido urbano das avenidas também ocasiona a perda de um potencial urbano e imobiliário imenso, pela descaracterização do território lindeiro, pelo impacto ambiental negativo exagerado causado pelo tráfego de ônibus e caminhões junto aos passeios e pela perda de infraestrutura já instalada em áreas nobres da cidade.

%B IV Seminário Internacional da LARES %S LARES %C São Paulo %G ES %! IV Seminário Internacional da LARES %& G - Planejamento do uso do solo e transportes %R 10.15396/lares2004_Corredor-ou-Bulevar