Este texto discute os efeitos da globalização no desenvolvimento imobiliário como fator de reestruturação urbana e do mercado em São Paulo.

Ele tem seu foco numa questão atual da reestruturação produtiva: o agravamento das desigualdades como um desafio à gestão local e ao mercado habitacional para suprir as carências urbanas e sustentar o desenvolvimento imobiliário.

Por isso, nele vimos elaborar a hipótese de que a transformação do processo de produção imobiliária vem mostrando evidentes sinais de polarização, mas essa segmentação do mercado não pode mais ser interpretada como um fenômeno dual ou como se existissem duas cidades. O modelo centro-periferia, historicamente, se fez na cidade de São Paulo, mas hoje há sinais de sua insuficiência explicativa. Assim, neste texto, se procurara demonstrar que a reestruturação trata-se de algo novo, um fenômeno contemporâneo que precisa ser compreendido tanto no contexto da globalização, como da consideração do desenvolvimento imobiliário na expansão da metrópole.

A nosso ver fazer a critica do modelo centro-periferia e resgatar o debate sobre a heterogeneidade das formas de provisão habitacional no desenvolvimento imobiliário recente é o caminho para compreendermos como a reestruturação mudou cidade e, simultaneamente, construiu um novo espaço metropolitano em São Paulo.

A provisão habitacional sob uma nova dinâmica imobiliária generalizou o desenvolvimento dos chamados enclaves fortificados em São Paulo, o que ,justifica uma investigação desse desenvolvimento imobiliário. Trata-se, sobretudo de discutir a produção-comercialização destes novos espaços tendo em vista pensar a dinâmica que se modifica e, junto com ela o próprio desenvolvimento que parece tornar-se uma das tendências relevantes na transformação da metrópole.

Por isso, discutir os efeitos da globalização no planejamento e no mercado serve para avaliar o alcance desses processos ao nível local, e avaliar como a reestruturação torna-se mediação essencial para a compreensão do desenvolvimento imobiliário contemporâneo, que expande o mercado e exige uma nova gestão para os problemas da metrópole.