A partir da dissonância entre as diferentes necessidades de usuários e a necessidade de estandardizar os projetos habitacionais pelas incorporadoras, o objetivo deste artigo é compartilhar os resultados oriundos de investigação dos potenciais de duas plantas com arranjos espaciais diferentes no mesmo empreendimento localizado na cidade de São Paulo. Sendo assim, este trabalho contribui na tomada de decisão dos agentes imobiliários, além de subsidiar o desenvolvimento de futuros projetos. Para tanto, a proposta da pesquisa é de natureza qualitativa por meio da Avaliação Pós-Ocupação (APO) de modos a identificar as percepções dos usuários em relação à planta do apartamento em que vivem. Neste sentido, entrevistas individuais presenciais e online junto com os moradores dos apartamentos de dois dormitórios foram realizadas. Os resultados evidenciaram a emergente necessidade do home-office em diversas configurações a depender das peculiaridades de cada tipo de trabalho. De maneira geral, observou-se a sobreposição de atividades no mesmo ambiente e a falta de espaço para guardar coisas. Entretanto, as flexibilidades das plantas fornecidas são bastante exploradas pelos usuários, como por exemplo: a parede removível entre o quarto e a sala, a possibilidade de fechar ou não a cozinha americana e a integração da varanda e a sala pelo fechamento dos painéis de vidro. Os ambientes mais referenciados como inadequados segundo os moradores foram a cozinha, área de serviço, sala e varanda. Também se identificou a insatisfação das famílias que possuem animais domésticos. Percebe-se a necessidade de compatibilização da planta para que seja mais adaptável às necessidades dos usuários.