Até os anos 1980 predominavam as diretrizes da carta de Atenas, optando-se por uma vida construída “fora das cidades” (GEHL, 2018, p. 47). Entre os edifícios ela não estava contemplada, em função dos automóveis. A escala humana tinha sido perdida. A mudança passou a acontecer quando estudiosos como Jacobs, Whyte, Gehl e Rogers, dentre outros, observaram que o planejamento deveria incentivar a interação entre a vida nas áreas urbanas e os seus espaços: o desafio era criar bairros mais habitáveis. Jacobs e Aplleyard (GEHL, 2018, p. 58) elencaram valores e objetivos extraídos das cidades tradicionais: habitabilidade, identidade e controle, acesso às oportunidades, vida em comunidade com autoconfiança urbana. Incluíram ainda a dimensão psicossocial. Os shopping centers, frutos do movimento de descentralização do modernismo, a partir dos anos 1990 foram se transformando com o surgimento de diversos tipos. O foco passou a ser o atendimento às novas necessidades e anseios do consumidor. Este texto comenta a pesquisa sobre aspectos concernentes à disseminação por todo Brasil do shopping de vizinhança, “Strip Malls” (ABRASCE, 2018), tipologia que incorporou espaços que atendem aos usos e costumes da cultura brasileira e delineia as principais características desse modelo. Em seguida analisam- se as características de planejamento e projeto de exemplares em São Paulo (Instant Perdizes, Instant Alto de Pinheiros) e em Londrina, Paraná (CarbaMall, Via Palhano e Espaço Aruak), dentre outros. Esse modelo alia espaços para pedestres e automóveis: permite a interação social. São instalados principalmente nos bairros proporcionando vitalidade e habitabilidade. Retomam a escala humana. Na análise, se investiga aspectos como: mix de atividades, presença de âncora, presença da trilogia do sucesso – varejo, alimentação e lazer – horário de funcionamento. Através de fotos se ilustra os dados coletados. A ênfase acontece com a percepção das interações entre vida e espaço, que aumentam a sustentabilidade das cidades.


Strip Malls: neighborhood malls with the incorporation of spaces that attend Brazilian’s habits and needs

Until the 1980s, the guidelines of the Athens Charter prevailed opting for a life built “outside the cities” (GEHL, 2018, p. 47). Among buildings it was not included, due to the cars. The human scale has been lost. Change began to happen when scholars such as Jacobs, Whyte, Gehl, and Rogers, among others, observed that planning should encourage interaction between life in urban areas and their spaces: the challenge was to create more livable neighborhoods. Jacobs and Appleyard (GEHL, 2018, p. 58), listed values and goals drawn from traditional cities: livability, identity and control, access to opportunities, community life with urban self-reliance. They also included the psychosocial dimension. Shopping centers, fruits of modernism’s decentralization movement, have been transformed since the 1990s with the emergence of several types. The focus became on meeting the new needs and desires of the consumer. This text first comments the research on aspects concerning the dissemination throughout Brazil of theneighborhood mall, “Strip Malls” (ABRASCE,2018), a typology that incorporated spaces that meet habits and needs of Brazilian’s culture and outlines the main characteristics of this model. Afterwards, planning and design characteristics of examples in São Paulo (Instant Perdizes, Instant Alto Pinheiros) and in Londrina, Paraná (CarbaMall, Via Palhano and Aruak’s Space), among others, are analyzed. This model allies spaces for pedestrians and cars: it allows social interaction. They are mainly installed in neighborhoods, providing vitality and habitability. They take back the human scale. In the analysis, aspects such as: mix of activities, presence of an anchor, presence of the trilogy of success - retail, food and leisure – and opening hours are investigated. Through photos, the collected data is illustrated. The emphasis is on the perception of the interactions between life and space, which increases the sustainability of the cities.