[excerto] Dentro do contexto socioeconômico brasileiro, o desejo máximo de qualquer indivíduo está na aquisição ou construção da casa própria e, muitas vezes, é o único imóvel que adquirem ao longo da vida e sobre o qual colocam toda a expectativa de ser seu abrigo seguro. Também a população brasileira está envelhecendo e nossos idosos querem continuar vivendo em suas próprias casas, inseridos na comunidade à qual estão acostumados, como foi constatado em pesquisa executada pela autora. A permanência na casa própria é muito saudável, pois além de manter a integração social dos mais velhos, diminuindo a segregação e o preconceito, colabora com a manutenção da capacidade funcional do idoso. Mas, para que a moradia assuma de fato seu papel de “porto seguro” ela deve garantir conforto e segurança ao usuário, em qualquer fase da vida. Ela deve estar apta a ser adaptada facilmente, quando necessário, permitindo a adequação dos ambientes sem prejuízo ou comprometimento do espaço ou da habitabilidade do imóvel. Atentos ao envelhecimento da população, países da Europa, América do Norte e Ásia têm promovido moradias inclusivas, novas ou reabilitadas, para a inclusão social de seus idosos. A parcela mais velha da população tem uma forte identificação com a região central das cidades e esses países têm dado exemplos magníficos de administração social ao solucionarem duas grandes problemáticas atuais: o aumento do número de idosos e a reurbanização de áreas centrais degradadas. Esses desafios também são realidade no Brasil. A habitação exerce papel preponderante para a revalorização humana do centro deteriorado, área com ampla infra- estrutura urbana e que oferece excelente condição para moradia, desde que se invista na sua habitabilidade. …